Deputados destacam luta da mulher por igualdade no Espírito Santo

Busca por direitos, respeito e contra a violência de gênero foram pontos abordados em discursos na sessão desta terça-feira

Janete de Sá reforçou importância de políticas educacionais para coibir práticas machistas | Fotos: Lucas S. Costa

O Dia Internacional da Mulher foi o tema central dos pronunciamentos parlamentares da sessão ordinária desta terça-feira (8). A deputada Janete de Sá (PMN) fez uma reflexão sobre as conquistas da mulher ao longo da história, mas lembrou que ainda há muito a ser alcançado. “É preciso refletir sobre o que precisa ser feito para que a mulher mude esse nível de discriminação e violência que ela ainda sofre em nosso país, no nosso estado e também mundialmente”, analisou.

Violência de gênero

A presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher lamentou que o estado ainda registre um elevado número de feminicídios, apesar de todo o esforço aplicado em políticas públicas para combater esse crime. Em 2021, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) registrou 38 crimes dessa natureza em terras capixabas.

“As estatísticas têm mostrado uma curva ascendente de feminicídio no Espírito Santo e para isso é preciso tomar algumas medidas mais eficazes, porque mesmo com uma lei que é dura, que é a Lei Maria da Penha, o machismo arraigado tem sido superior a essas medidas”, apontou Janete.

A parlamentar ressaltou que o prognóstico para esse ano caminha de forma mais cruel para as mulheres. Nos dois primeiros meses de 2021 foi registrado apenas um homicídio de mulher no Espírito Santo e, no mesmo período deste ano, nove mulheres já foram assassinadas aqui no estado.

“O número de violência é muito grande. As mulheres que estão na luta, que são guerreiras, nas mais diversas áreas de atuação, sentem na pele essa violência”, frisou.

Janete entende que o cenário só pode ser alterado com políticas educacionais. “É preciso um investimento grande na área de educação, é preciso que na grade curricular das nossas escolas públicas e privadas conste esse debate, sobre o machismo arraigado, sobre as violências contra a mulher, para que meninos e meninas possam enxergar um ao outro com respeito”, concluiu.

A deputada Raquel Lessa (Pros) concorda com a colega que as estatísticas são “desanimadoras”, mas fez um pronunciamento de encorajamento. “A nossa fala hoje é de encorajar as mulheres. A gente sabe que já avançamos muito, já evoluímos muito, mas é uma longa caminhada ainda, uma caminhada difícil, de reconhecimento, de respeito, de igualdade e dignidade”, pontuou.

Igualdade

O deputado Sergio Majeski (PSB) lamentou que o Brasil ocupe a 95ª colocação no Ranking Mundial de Igualdade de Gêneros entre Homens e Mulheres. “É um absurdo essa colocação. A vida do brasileiro médio não é fácil, mas a vida das mulheres é ainda bem mais difícil. A questão da igualdade de gênero no Brasil precisa ser discutida sempre”, afirmou.

Majeski destacou os países que ocupam as primeiras colocações nesse ranking: Islândia, Noruega, Suécia e Finlândia, todos eles governados atualmente por mulheres. “Isso denota o grande grau de evolução quando se investe em educação. Porque essas coisas estão diretamente relacionadas à questão da formação cultural”, opinou.

Representatividade

Os deputados também falaram sobre a baixa representatividade das mulheres na política e nos cargos de alta relevância do serviço público. Delegado Danilo Bahiense (PL) lamentou que a Assembleia Legislativa (Ales) tenha somente três mulheres entre os parlamentares da Casa. O deputado também chamou a atenção para a baixa representatividade feminina nas forças de segurança pública do Estado.

Os deputados Doutor Hércules (MDB), Dary Pagung (PSB), Theodorico Ferraço (DEM), Luiz Durão (PDT), José Esmeraldo (MDB) e Torino Marques (PSL) também parabenizaram as mulheres pela data.

Por João Caetano Vargas


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