Linhares registra aumento no casos de bronquiolite

Pais devem ficar atentos, alerta pediatra da UPA Infantil

A incidência ocorre principalmente em crianças nos primeiros anos de vida | Foto: Felipe Reis

Em Linhares, região norte do Espírito Santo, entre os meses de fevereiro a julho ocorre a sazonalidade do vírus sincicial respiratório (VSR) principal agente causador da bronquiolite, doença respiratória que gera inflamação dos bronquíolos, pequenas ramificações dos brônquios que levam o ar até os alvéolos pulmonares. A incidência ocorre principalmente em crianças nos primeiros anos de vida, devido ao fato de ainda não estarem com o pulmão totalmente maduro e terem o sistema imunológico ainda em formação.

Essa sazionalidade fez aumentar a demanda de atendimentos na Unidade de Pronto-atendimento Infantil de Linhares, a UPA 24 horas, localizada no bairro Shell. Somente na primeira semana deste mês de março foram registrados 1.306 atendimentos, e deste total 45% foram casos confirmados da doença. Atualmente a UPA funciona com 26 pediatras, além de outros 42 profissionais de saúde para atender a população.

De acordo com a pediatra Barbara Lorenzoni, que compõe o quadro da UPA 24 Infantil, inicialmente o vírus sincicial causa um resfriado comum e, na maioria dos casos, evolui para cura. Mas, em alguns casos, pode evoluir em cerca de 3 a 4 dias para um quadro de desconforto respiratório, com a criança podendo apresentar chiado no peito, tosse, espirros, febre, coriza, obstrução nasal, cansaço. O maior risco de gravidade está entre as crianças prematuras, cardiopatas ou com displasia bronco pulmonar.

Nos casos graves, pode haver necessidade de hospitalização para que a criança seja hidratada e receba suporte ventilatório.

Conforme a profissional médica, o diagnóstico da bronquiolite é feito com avaliação clínica, podendo ser solicitados exames complementares. Ela explica que, como a maioria das doenças virais, não existe tratamento específico para o vírus sincicial respiratório, mas algumas atitudes podem ser tomadas para evitar a doença.

“A prevenção é a mesma das demais doenças respiratórias, como evitar contato com outras crianças que estejam gripadas, evitar levar crianças pequenas em lugares fechados e com muita aglomeração. No caso das crianças de alto risco, tem como prevenção o Palivizumabe, um medicamento de alto custo que funciona como uma vacina e que é indicado em casos específicos e bem definidos em portaria do Ministério da Saúde”, afirma.

A Pediatra destaca ainda que o aleitamento materno é uma prática que pode prevenir não só a bronquiolite, como diversas outras doenças, devido ao fato de contribuir para o sistema imunológico do bebê. O Ministério da Saúde recomenda que as crianças sejam alimentadas exclusivamente com o leite materno até os seis meses de vida, de forma complementada com outros alimentos saudáveis até 1 ano e de forma prolongada por pelo menos 2 anos. “A amamentação, sem dúvida, é uma forma de prevenção porque crianças amamentadas têm a imunidade reforçada”, diz a médica

No entanto, a pediatra pondera que quando a criança se encontra num quadro grave de bronquiolite, a amamentação pode ser suspensa devido ao fato de a frequência respiratória estar prejudicada, podendo causar broncoaspiração do leite materno.

Além disso, a pediatra alerta aos pais que, ao perceberem que o filho pequeno está com dificuldade respiratória, cansaço e chiado no peito devem procurar ajuda médica o mais rápido possível.

A diretora da UPA Infantil, Débora Tesch, orienta os pais a buscarem atendimento médico de casos menos graves primeiro nas unidades de saúde mais próximas de casa e não à emergência da UPA Infantil. “A criança poderá ser atendida lá mesmo ou, se for mais grave, o profissional de saúde encaminhará para a UPA Infantil”, orienta.

Por Alexandre Araújo


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