Mais 15 famílias em Vitória, capital do Espírito Santo, conquistaram o certificado de conclusão da oficina de salgados finos promovida pela Unidade de Inclusão Produtiva (UIP). Se para muitos o diploma é apenas um pedaço de papel, para esse grupo, formado por homens e mulheres é o “passaporte” para uma nova oportunidade de geração de renda e possibilidade de realização de sonhos.
“Com a oficina aprendi um pouco mais sobre a produção de salgados. Agora, vejo uma forma de ajudar na renda familiar junto com o meu marido”, disse a dona de casa Adilcilene Medina de Souza, que está sem trabalho formal há cinco anos. Lene, como gosta de ser chamada, disse que espera constituir uma renda suficiente para a compra de sua casa própria e sair do aluguel. “Este é o meu maior sonho. Agora, vou ajudando no pagamento das despesas e, depois, vou juntando até conseguir realizar”, falou otimista.
E quem acha que o ambiente de produção de salgados para festa é exclusivo das mulheres, não viu a animação e a habilidade de Aloir Rosário de Oliveira, de 33 anos, e do Carlos Rosa Macedo. Ambos já sonham com as transformações que podem vir com o conhecimento adquirido na oficina.
Carlos quer montar uma vendinha e se tornar o “rei dos salgados de festas”. “Dei o primeiro passo. Estou aqui concluindo o curso, depois vou começar vendendo de porta em porta até montar minha vendinha no bairro que moro (Maria Ortiz)”, comemora ele. Carlos disse acreditar numa mudança de vida com sua dedicação e esforço nesse ramo.
Para Aloir Rosário a oficina de salgados finos ampliou o leque de oferta para futuros clientes no seu bairro. Há menos de um mês, ele finalizou a oficina de Chocolate e Ovos de Páscoa, também, promovida pela Unidade de Inclusão Produtiva.
“Trabalhar com isso, será uma forma de ajudar no pagamento das despesas na casa do meu tio, onde vivo. Hoje, vivemos da pensão dele de um salário mínimo. Esse dinheiro é para pagar as despesas com remédios e os cuidados dele. O que sobra é muito pouco. Com os meus conhecimentos, agora, posso gerar uma renda extra”, falou Aloir.
Na solenidade de entrega da certificação, a secretária de Assistência Social, Cintya Shulz, demonstrou seu desejo de que essas oficinas da UIP façam diferença na vida de público-alvo dos cursos – os usuários atendidos pelos serviços de Assistência Social do município.
“Em cada evento que participo, alegro-me ao sentir que o trabalho realizado pelas equipes da UIP vem acompanhado com o acolhimento e ganho de conhecimento técnico para aplicação seja no ambiente familiar seja na geração de renda”, declarou a secretária de Assistência Social.
A proposta da UIP para 2022 é realizar as oficinas de forma descentralizada, seguindo com a equipe para os territórios, ministrando as oficinas em espaços cedidos por parceiros. A assessora técnica Débora Rogers reforça que os cursos ofertados pela UIP são gratuitos, abertos a moradores(as) de Vitória, têm como público prioritário os atendidos pelos serviços de Assistência Social do município e beneficiários dos programas de transferência de renda de Vitória e do governo federal.
A oficina de salgados finos contou com a parceria do coletivo Evas Negras. “Essa parceria possibilitou a realização desse curso, que vai contribuir para a circulação de renda entre as mulheres nas comunidades. A parceria possibilita que apresentemos opções de oficinas a serem ofertadas pela UIP, com base nas demandas apresentadas pelas mulheres”, disse Roseane Oliveira, uma das líderes do Coletivo Evas Negras.
Por Rosa Blackman
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