Especialista do Centro Educacional Primeiro Mundo fala do papel de pais, mães e escola na formação de leitores, um processo que antecede o período de alfabetização
Comemorado nesta segunda-feira (18), o Dia Nacional do Livro Infantil reforça a importância dos livros para o desenvolvimento das crianças. Mas como pais, mães e escola podem contribuir para a formação dos futuros leitores? Idade, gostos e habilidades são alguns fatores a serem levados em conta na hora de iniciar o contato das crianças com o mundo das histórias.
Publicações que, ao mesmo tempo, divertem e educam são as mais indicadas para atrair o interesse dos pequenos no primeiro contato com os livros. O incentivo deve começar desde cedo, bem antes do período de alfabetização, explica a professora de Língua Portuguesa do Primeiro Mundo, Laís Romão.
A especialista destaca que é necessário descontruir a ideia de que todo livro é didático e que não pode ser divertido. “Deve-se tornar o livro um objeto natural”, defende Laís, acrescentando que “da mesma forma que a criança brinca com brinquedos, o livro também é um momento de usar a imaginação”.
No Centro Educacional Primeiro Mundo, a leitura é incentivada de forma lúdica, desde cedo. Os professores têm ajuda dos bibliotecários na tarefa de selecionar os livros adequados para cada aluno. Para que a criança não se sinta desestimulada e para que não surjam barreiras, os responsáveis e professores devem se pautar por algumas características dos livros, como a faixa etária recomendada, a quantidade de palavras e o vocabulário. “É interessante integrar o assunto do livro com o que a criança está aprendendo na escola”, recomenda Laís.
Além disso, também é preciso considerar a estruturação e quantidade de páginas, tipo e tamanho das fontes e composição visual, além de conhecer o gosto da criança. Tudo com o objetivo de prender a atenção dos pequenos leitores.
Novos suportes
Um assunto que costuma causar polêmica é o uso de telas pelas crianças. A pergunta que paira na cabeça de pais, responsáveis e educadores é se, com a quantidade de tecnologia disponível hoje, é possível conseguir ganhar a atenção das crianças para a leitura.
A tecnologia, porém, pode ser uma aliada para o incentivo à leitura infantil. No Centro Educacional Primeiro Mundo, as crianças têm acesso a uma plataforma digital com livros infantis. Nela, as professoras escolhem obras selecionadas e podem acompanhar dados das crianças, como tempo de leitura, tempo gasto em cada página e o progresso no livro.
Os pais também não precisam temer, como defende Laís, porque hoje existem livros digitais e gratuitos e até mesmo livros interativos. Porém, ela deixa um aviso: “as famílias devem avaliar com calma, caso a caso, para respeitar o tempo de tela definido com os filhos”.
Incentivo que vem de casa
O incentivo da leitura na escola é complementado pelos estímulos feitos em casa, passando pelo hábito dos responsáveis de ler e contar histórias, bem como pela adoção de brinquedos infantis que remetam aos livros. “Na nossa casa, começamos bem cedo a apresentar os livros para as meninas, desde muito novinhas. Sempre tive o hábito de ler para elas antes de dormir, isso faz parte da nossa rotina do sono “, conta Paula Fiorini, mãe das gêmeas Helena e Luísa Fiorini, de 8 anos, alunas do Centro Educacional Primeiro Mundo.
As gêmeas, apesar de terem uma grande coleção em casa (“tenho mais de 300 livros!”, brincou Helena), sempre pegam livros na biblioteca da escola. As irmãs contam que leem todos os dias. “Já li tantos livros que até perdi a conta”, explica Luísa. Entre os livros favoritos da dupla estão: O Menino Maluquinho (Ziraldo), os gibis da Turma da Mônica, “A Chegada do Senhor Flat” (Jaume Copons, Liliana Fortuny) e “O Pequeno Príncipe” (Antoine de Saint-Exupéry). Na casa de Helena e Luísa, leitura é herança que vem de berço.
Por Flávio Borgneth | P6 Comunicação
Siga A IMPRENSA ONLINE no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube e aproveite para se logar e deixar aqui abaixo o seu comentário