Deputados pedem socorro para Santa Casa de Cachoeiro

Segundo Doutor Hércules, precariedade no atendimento leva à transferência de pacientes para hospitais de outros municípios

Ferraço adverte que dívida de hospital, estimada em mais de R$ 150 milhões, pode aumentar mais | Foto: Ana Salles

A morte do adolescente Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, por falta de atendimento hospitalar após ser transferido de Cachoeiro de Itapemirim para Vila Velha, levou parlamentares a reiterar pedidos já feitos ao governo estadual para ajudar a sanar a crise financeira da Santa Casa localizada na cidade do sul capixaba. 

O deputado Doutor Hércules (Patri), que é natural de Cachoeiro, afirmou que, se a Santa Casa que funciona no município estivesse em melhores condições de funcionamento, a vida de Kevinn poderia ter sido salva. 

Isso porque, segundo o parlamentar, não haveria a necessidade de transferência do adolescente para o Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha. 

Segundo informações sobre o caso veiculadas na mídia, o adolescente sofreu duas paradas cardíacas, dentro de ambulância que fez a remoção e acabou falecendo sem sequer dar entrada no Himaba, aguardando socorro na porta da unidade. 

Dívida

Hércules destacou que a dívida da Santa Casa já supera R$ 150 milhões devido à insuficiência dos repasses  do Sistema Único de Saúde (SUS), que são muito baixos e não cobrem os gastos com a folha de pessoal e com aquisição de equipamentos e insumos médicos. 

Presidente da Comissão de Saúde, o parlamentar fez um apelo ao governador Renato Casagrande para que o Executivo estadual faça a “requisição administrativa” do hospital.  

“Se essa requisição não acontecer, o Hospital da Santa Casa vai fechar as suas portas em Cachoeiro”, advertiu. 

Fim de repasse

O também cachoeirense deputado Theodorico Ferraço (PP) reforçou o apelo feito por Doutor Hércules e disse que o “buraco” nas contas do hospital vai aumentar ainda mais,  pois, devido a retração da pandemia, o governo federal suspendeu os repasses para financiar leitos na unidade. 

Conforme Ferraço, com os repasses do Ministério da Saúde durante o caos provocado pela Covid 19 cada leito da Santa Casa estava sendo contratado por R$ 1,4 mil, mas agora, com a suspensão do aporte, esse valor se reduziu para cerca de R$ 900,00. 

Ele citou que, no montante global de dívidas da Santa Casa estimadas em R$ 150 milhões, apenas em relação aos médicos o valor chega a R$ 10 milhões. Já os atrasos no pagamento de próteses para acidentados superam R$ 7 milhões. 

Ferraço relatou a situação de pessoas, principalmente idosos, quando fraturam membros do corpo e ficam mais de 30 dias aguardando por cirurgia na Santa Casa de Cachoeiro devido à falta de médicos especialistas e de recursos para aquisição de próteses. 

Por Wanderley Araújo


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