Dia Mundial Sem Tabaco reforça a importância de combater o tabagismo

Especialistas explicam as consequências de ser um fumante e os riscos do cigarro eletrônico

Tabagismo traz danos irreversíveis para o pulmão | Foto: Freepik

Nesta terça, dia 31, é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar a população sobre os riscos de doenças e mortes relacionados ao consumo do tabaco. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, cerca de 12% dos adultos brasileiros com mais de 18 anos se declararam fumantes. No mundo todo, em 2020, eram cerca de 1,3 bilhão de pessoas. Em comparação com dois anos atrás, os números estão em queda: 20 milhões a menos.

O tabagismo pode desencadear diferentes tipos de câncer que são evitados quando o indivíduo não consome tabaco, entre eles: leucemia mieloide aguda, câncer de bexiga, câncer de pâncreas, câncer de fígado, câncer do colo do útero, câncer de esôfago, câncer de rim e ureter, câncer de laringe e faringe, câncer na boca, câncer de estômago, câncer de cólon e reto, câncer de traqueia, brônquios e pulmão. Além de estar associado a doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também contribui para o desenvolvimento de enfermidades como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata e enfisema.

“O tabaco é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. É sempre importante desestimular o seu consumo, mesmo após um quadro causado por ele ter sido diagnosticado, porque muitas doenças são curadas e outras podem evoluir. Nos casos de cânceres, há a diminuição dos índices de recorrência”, alerta a oncologista da Unimed Vitória Caroline Secatto.

Cigarro eletrônico

Popularmente conhecido como vape, o cigarro eletrônico pode enganar quem o utiliza já que também pode conter nicotina. Enquanto um cigarro comum tem entre 1 mg e 2 mg de nicotina, o cigarro eletrônico costuma ter de 3 mg até 5 mg. A pneumologista da Unimed Vitória Cilea Victoria alerta que a maioria dos cigarros eletrônicos têm a presença da nicotina em seus fluidos.

“Esses fluidos são compostos por substâncias com corantes e anilinas, ou seja, substâncias cancerígenas que provocam uma irritação alérgica no pulmão. A alta quantidade inalada desses vapores causa uma hipersensibilidade no órgão. O pulmão é o único órgão que tem contato com o meio externo e, por isso, é muito sensível. Quando ele sofre esse tipo de agressão, é como se a pessoa pegasse o álcool e jogasse nele para pegar fogo”, salienta.

De acordo com a especialista, a resposta do corpo ao vape é agressiva. “O pulmão se torna endurecido, inchado e perde a capacidade de fazer a troca de oxigênio e gás carbônico. A nicotina presente no cigarro eletrônico é dez vezes maior do que se tem no papel”.

A ausência de cheiro e sabor faz com que as pessoas utilizem o vaporizador como se o equipamento fosse algo diferente de um cigarro. Porém, a nicotina faz o usuário lembrar que o cigarro existe, causando confusão no raciocínio e concentração pela falta da substância. Não é recomendado trocar um vício pelo outro. Os malefícios e as lesões são as mesmas, incluindo o aumento das chances de ocorrerem enfartos e picos de pressão, além de distúrbios metabólicos que vão piorar a capacidade respiratória, causando doenças cardíacas e arritmias.

“O pulmão jamais se recupera. Independentemente se a pessoa parou de fumar após um, dois anos ou mais, as lesões que ocorreram no período em que era fumante não serão revertidas. É importante que o ex-usuário não deixe de fazer exames de tomografia, anualmente, e espirometria para analisar as condições do próprio pulmão. Se já fumou, deve procurar um pneumologista. Não adianta fazer uma radiografia de tórax”, reforça Cilea.

Por Marcela Andrade


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