Projeto de Meliponicultura inicia entrega de colmeias na foz do rio Doce

Iniciativa sustentável de geração de renda é realizada com famílias das comunidades de Regência, Povoação, Areal e Entre Rios

Foto: Reprodução

Famílias que participam do Projeto de Meliponicultura na Foz do rio Doce (PMFRD) nas comunidades de Regência, Povoação, Areal e Entre Rios, em Linhares (ES), começaram a receber, neste mês de maio, as colmeias para criação de abelhas sem ferrão.

A iniciativa sustentável de geração de renda por meio da criação de abelhas sem ferrão é destinada à produção de mel e derivados, preservação das espécies e conservação da biodiversidade.

O projeto é apoiado com recursos financeiros da Fundação Renova para atender famílias impactadas direta ou indiretamente pelo rompimento da barragem de Fundão. Ao todo, serão investidos mais de R$ 1,7 milhão.

De acordo com Kadio Serge Aristide, analista de Programas Socioeconômicos da Fundação Renova, além da venda do mel, as famílias também poderão ter renda por meio da comercialização dos subprodutos. “A cera é muito utilizada para uso medicinal e estético. Atualmente, o pólen desidratado, rico em nutrientes, também tem sido vendido como complemento nutricional”, diz Aristide.

Etapas

Para garantir a implantação do projeto nas comunidades, a Fundação Renova contratou uma empresa de consultoria para ofertar capacitações e fazer o acompanhamento das famílias. Em setembro de 2021, foram abertas as inscrições para os interessados participarem da iniciativa de geração de renda. As inscrições foram encerradas em dezembro.

O projeto conta com 67 famílias inscritas nas quatro comunidades. Em abril deste ano, os participantes iniciaram a capacitação básica à meliponicultura. Além de fundamentos teóricos de ecologia de abelhas sem ferrão, o curso também oferta a parte prática de manejo das abelhas, cuidados com a manipulação, alimentação e multiplicação de colmeias. Ao final da capacitação, os alunos recebem um certificado.

Até o momento, 43 famílias concluíram o curso e estão habilitadas para o recebimento das colmeias fornecidas pelo projeto. Cada família receberá até dez colmeias para iniciar as atividades de geração de renda e terá o acompanhamento da empresa de consultoria. A previsão é que todas as colmeias sejam entregues até junho, após a conclusão das capacitações dos participantes.

Abelhas sem ferrão

A escolha das abelhas sem ferrão, diferentemente da apicultura, levou em consideração a vocação da região, o baixo custo de investimento na construção de um meliponário (coleção de colmeias de abelhas), a segurança dos produtores e a facilidade de manipulação.

A produção também pode ser feita em área urbana, e o mel é considerado de excelente qualidade e de alto custo-benefício no mercado.

Cerca de 90% das espécies de árvores da Mata Atlântica dependem das abelhas sem ferrão para se reproduzirem, pois elas são responsáveis pela polinização.

O mel das abelhas sem ferrão também está sendo valorizado pela gastronomia, pois esse ingrediente tem mais acidez e mais nuances de aromas e sabor. Em um cenário de resgate e valorização de ingredientes brasileiros, os produtos das abelhas nativas foram adotados por grandes chefs e gradativamente vêm ganhando espaço na casa dos brasileiros.

Por Kennya Gava


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