Entenda como oferecer primeiros socorros em emergências de saúde mental

Diante de alguém com crise de pânico ou ansiedade, por exemplo, é importante acolher esses sentimentos com empatia

É possível oferecer suporte para pessoas que enfrentam emergências em saúde mental | Foto: Freepik

Assim como os primeiros socorros são importantes para pessoas que tenham sofrido algum acidente, os primeiros socorros psicológicos são uma resposta de suporte às pessoas em situação de sofrimento mental e com necessidade de apoio. Esse suporte pode ser realizado por qualquer pessoa que se esteja em condições psicológicas e físicas para auxiliar, desde que tenha orientações básicas sobre como proceder.

É possível ajudar quem passa por crises de pânico e ansiedade. A psicóloga da Unimed Vitória Naira Delboni explica que é importante acolher esses sentimentos primeiramente com empatia, porque em uma crise de ansiedade o sofrimento emocional e os sintomas fisiológicos são intensos. “Uma das recomendações é levar a pessoa até um local tranquilo para ela respirar e se sentir segura”, ensina. 

Propor exercícios respiratórios, tirar o foco dos sintomas e tentar conversar também são ações eficazes. “Outra forma de agir com os procedimentos corretos é o abraço, caso a pessoa esteja receptiva, pois ao mesmo tempo em que você abraça, mostra segurança e apoio. Também pode ser praticada uma técnica de respiração em conjunto a fim de acalmar a pessoa mais rapidamente”.

Autoajuda

A aposentada Queila Assumção, de 58 anos, faz acompanhamento psicológico e conta que o tratamento é primordial ao dar um alívio, com um suporte positivo. “A gente acha que é uma coisa rápida, mas não é nada rápido. Esse acompanhamento é como se eu tivesse uma pessoa amiga ao meu lado, me ouvindo e compreendendo. A cada dia que passa é um novo degrau de uma escada. Muitas pessoas pensam que a psicologia não dá resultados, mas pelo contrário, ela ajuda muito, e estar com o pensamento totalmente positivo, alinhado com seus passos, é rejuvenescedor”.

Além da ajuda da psicóloga, Queila tem o suporte da família e amigos, e faz tratamento contínuo com um psiquiatra há mais de dez anos. “As ajudas psiquiátrica e psicológica formam um conjunto. Esses dois anos de pandemia foram um composto de emoções. As consultas online nesse período, com momentos participativos e incentivando cada um a ficar mais forte, reforçaram que estar vivo é uma grande vitória”.

Pessoas que sofrem de algum sintoma relacionado à saúde mental podem praticar técnicas para passarem por situações da forma mais branda possível. No momento de crise, uma das primeiras situações que ocorrem é a aceleração dos pensamentos negativos, causando sentimentos desalinhados, relacionados ao medo e pânico. Essas ações fazem o corpo expressar sensações mais intensas.

A especialista cita alguns métodos que podem ajudar: “respirar fundo, inspirar profundamente, contar até três e expirar devagar pela boca”. Além disso, desfocar o pensamento e trazer a consciência para o agora são algumas formas de recuperar a calma. “Contemple um ponto longe, isso faz a pessoa ter a percepção de que não está se sufocando. É importante ter o autoconhecimento, pois assim cada um aprende a entender suas emoções e os gatilhos geradores de ansiedade. Buscar ajuda de um profissional da saúde mental é um ato de cuidado”.

É importante lembrar que os cuidados especializados não devem ser substituídos. A intensidade e duração dos sintomas ligados às crises podem variar de leves e passageiros até quadros mais severos, incapacitantes e necessitando de ajuda profissional.

Por Marcela Andrade


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