Doação de órgãos: Alexandra, filha de Dona Vilma que foi uma doadora, incentiva atitude

Diálogo com parentes é parte crucial do processo de doação

Foto: Arquivo pessoal

Uma conversa com a família pode ser o canal que faltava para salvar a vida de alguém que espera por um transplante. Assim fez Vilma Gurgel, de 52 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em fevereiro de 2021. O diálogo é parte crucial do processo de doação de órgãos.

Vilma tinha lúpus (LES), uma doença autoimune onde o sistema imunológico ataca os próprios tecidos. Era uma pessoa ativa, que fazia atividade física para amenizar os efeitos da doença. Costumava fazer trilhas de bicicleta. Um dia, em Cristalina/GO, em uma dessas aventuras, Vilma passou mal e seguiu direto para o hospital da cidade, de onde foi transferida para o Hospital de Base de Brasília/DF. Ela não conseguiu se recuperar.

No Brasil, são os familiares dos pacientes que devem autorizar ou não a doação de órgãos ou tecidos. Por esse motivo é tão importante que a pessoa comunique aos parentes, ainda em vida, o desejo de ser um doador. “Quando minha mãe faleceu, conversaram comigo a respeito da doação e eu já sabia a resposta”, conta Alexandra, filha única de Vilma. Ela afirma que a mãe sempre foi uma pessoa caridosa e pensava nos outros, então, após conversa com os profissionais de saúde, não teve dúvida sobre doar os órgãos da mãe.

Os órgãos são doados para pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista de espera única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). “Hoje eu vivo com a gratidão de ter sido criada da forma que fui e estou com a consciência tranquila, pois com o nosso gesto, pudemos ajudar outras pessoas”, declara Alexandra.

Realidade no Brasil

O maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população brasileira de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes. Em 2021, foram feitos cerca de 23,5 mil procedimentos. Desse total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão. O país tem mais de 600 hospitais de transplantes autorizados.

Um único doador pode beneficiar até oito pessoas com o transplante de órgãos e tecidos. Esse ato de amor e solidariedade é tema da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos de 2022, que destaca a importância de se declarar um doador.

Por Karol Ribeiro


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