Estudo dimensiona o setor de base florestal capixaba

Cedagro fez o levantamento e vai elaborar Plano de Desenvolvimento para o setor florestal, responsável por quase 8% do PIB capixaba.

Presidente da Cedagro, Gilmar Dadalto | Foto: Cedagro

Levantar a área plantada, o consumo dos diversos segmentos e as informações socioeconômicas e ambientais visando subsidiar o setor florestal capixaba foi o objetivo de um minucioso estudo elaborado pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro) no Estado com dados da economia florestal de 2021. A partir desse estudo pretende-se elaborar um plano de ação para superação dos desafios que deverá ser executado pelas autoridades competentes.

Para compreender a grandiosidade deste segmento, é preciso reforçar que o setor de base florestal contempla atividades desde a produção até o consumo de madeira por segmentos como a indústria de celulose, de painéis reconstituídos, moveleira, as unidades de desdobro para a produção de madeira serrada, a siderurgia, a agropecuária, a acomodação e arrumação de cargas, a construção civil, as residências e comércios, entre outros.

Estas atividades geram mais de 66.000 postos de trabalho, resultando em uma renda superior a um bilhão de reais anuais. O PIB do setor florestal corresponde a 7,89% do total do Espírito Santo e cerca de 26,3% do agronegócio capixaba. Além disso, esse setor representa aproximadamente 50% de toda a exportação de produtos do agro capixaba. Os tributos gerados anualmente totalizam cerca de R$ 1,2 bilhões, o que corresponde a aproximadamente 7% do total arrecadado pelo Espírito Santo em 2021.

Com tudo mapeado, o Cedagro trabalha agora para produzir o Plano de Desenvolvimento Florestal Capixaba de forma participativa, dialogada e pactuada. “Concluímos que o Espírito Santo não possui um Plano Florestal robusto que considere, por exemplo, a demanda dos segmentos consumidores e os desafios existentes. Além disso, temos que prever as ações necessárias e as atribuições e responsabilidades para as diferentes instituições e empresas que possuem relação com o setor florestal”, disse o presidente da Cedagro, Gilmar Dadalto.

Ainda de acordo com as informações levantadas pela instituição, o setor florestal promove grande preservação ambiental. A cada 100 ha de área com eucalipto, 54 ha são preservados. De modo geral, 34% da área total das empresas de base florestal são ocupadas por florestas naturais preservadas. Ao considerar apenas os últimos 10 anos, somam 15.850,74 há as iniciativas de restauração florestal concretas.

Também foi identificado que a área estadual ocupada por eucalipto (264.298,73 ha) e pinus (1.823,40 ha) é insuficiente para suprir a demanda dos diferentes segmentos consumidores, dimensionada em 13.363.906,41 m³ de madeira por ano, pois seriam necessários 425.602,00 ha de plantios (417.675 ha de eucalipto e 7.927 ha de pinus). Assim, o déficit total de madeira é de 159.481 ha.

Com o Plano de Desenvolvimento Florestal o objetivo é garantir o suprimento de madeira em quantidade e qualidade aos diversos segmentos consumidores, melhorar o clima de negócios visando ampliação dos empreendimentos florestais já existentes e atrair novos negócios e investidores para o setor. Além disso, busca-se estimular a produção rural, industrial e comercial e ampliar a rede de negócios, renda e empregos nos diferentes elos da corrente produtiva florestal, o que consequentemente aumentaria a arrecadação estadual e ampliaria o número de pessoas beneficiadas nos programas sociais das empresas de base florestal.

“Atingindo todas as metas vamos também conseguir reduzir os níveis de pobreza, recuperar o solo agrícola degradado, especialmente ocupado com pastagem e, finalmente, ampliar a cobertura florestal natural”, frisou Dadalto.

O Espírito Santo é particularmente favorecido para o desenvolvimento da atividade florestal. Em função da localização geográfica estratégica, infraestrutura e condições agroclimáticas, junto ao desenvolvimento tecnológico, o Estado apresenta vantagens competitivas importantes para o desenvolvimento de atividades de base florestal.

Após o início da elaboração, o prazo para concluir o plano e apresenta-lo para autoridades públicas e privadas é de oito meses. “A partir da importância social, econômica e ambiental que o setor florestal tem para o Espírito Santo, estamos tentando nortear e planejar as ações necessárias para superar os desafios e conseguir de forma satisfatória atender as demandas dos diversos segmentos da cadeia produtiva”, reforçou Dadalto.

Desafios

De acordo com o documento elaborado pela Cedagro, quase todos os segmentos consumidores de madeira apresentam um déficit de área plantada. Na produção florestal, produtores rurais destacam o crescente preço dos insumos, trazendo um aumento no custo de produção sem que haja um acréscimo proporcional no preço da madeira comercializada.

A disponibilidade de mudas com qualidade genética é um entrave na visão dos segmentos consumidores. Mesmo os segmentos que possuem base florestal própria, a produção e disponibilidade de mudas tem se apresentado como um desafio importante a ser superado.

Destaca-se ao mesmo tempo as dificuldades relacionadas ao licenciamento ambiental de atividades florestais e a falta de dados organizados por parte de diferentes segmentos consumidores, o que prejudica o planejamento estratégico de curto, médio e longo prazos.

Da Redação | Com informações da Campo Vivo


Siga A IMPRENSA ONLINE no InstagramFacebookTwitter e YouTube e aproveite para se logar e deixar aqui abaixo o seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *