BNB vai debater energia limpa do Brasil como saída para fortalecer a indústria

Powershoring

Produção baseada em locais com disponibilidade de energia “verde” será debatida em conferência na CNI, em 15 de agosto. Banco do Nordeste (BNB), MDIC, BNDES, CAF e setor privado discutirão potencial do mercado brasileiro

Foto: Divulgação/Internet

Ao olhar embalagens e produtos, é comum ver as palavras “made in China” estampadas. Produção em escala mundial e outros fatores deram ao país asiático uma eficiência sem precedentes, tornando-a a “fábrica do mundo”. Mas, nos últimos anos, novas configurações de produção surgiram no léxico econômico e, mais recentemente, uma apareceu com potencial de impulsionar a economia brasileira: o powershoring – assunto da conferência que será realizada na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 15 de agosto.

• O QUE É POWERSHORING? 

A mudança climática e fatores geopolíticos abriram uma janela de oportunidade para que países com vantagens comparativas na produção de energia limpa e renovável possam atrair plantas manufatureiras intensivas no consumo de energia em seus processos produtivos.

Com o tema “O Powershoring e a Neoindustrialização verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas Públicas e Privadas”, o evento vai debater o potencial da descentralização de cadeias produtivas globais para países próximos a centros de consumo e que oferecem energia limpa, segura, barata e abundante.

A conferência – realizada por Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB) e CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe – será em Brasília e contará com a participação de representantes do governo federal, das instituições responsáveis pelo evento e do setor privado.

A proposta é, nos quatro painéis da conferência, debater os conceitos do powershoring e dialogar sobre prioridades, estimulando que o governo e o setor privado trabalhem juntos na construção de uma agenda efetiva, que viabilize esse processo com potencial de transformar a economia, pelos investimentos em setores industriais, infraestrutura, inovação e a criação de empregos e renda.

Powershoring e o potencial brasileiro

Em razão de ter uma matriz energética relativamente limpa para padrões mundiais e de desenvolver projetos ambiciosos na área, a região da América Latina e o Caribe (ALC) desponta como um dos grandes destinos da estratégia do powershoring.

E o caso do Brasil é especialmente atrativo para a diversificação de elos de cadeias globais de valor. Isso porque a indústria brasileira já tem uma matriz energética majoritariamente limpa, além de:
• ser o país do G20 com maior produção de energia verde;
• fomentar novas fontes de energia renovável na matriz, como vento, sol e biomassa;
• ter ambiciosos planos e projetos de produção de hidrogênio de baixo carbono;
• liderar a agenda de biocombustíveis;
• desenvolver estudos para a construção de plantas industriais de produção de diesel e querosene de aviação verdes a partir do óleo de soja, óleo de macaúba e óleo de dendê, assim como a fabricação de H2V a partir dessas mesmas fontes.

Produção sustentável como indutor da “neoindustrialização”

Foto: Açoverde

A produção do aço verde é um exemplo de como o Brasil tem potencial para se destacar no processo de produção guiado pelo impacto ambiental. Desenvolvido em solo brasileiro, o material é feito por meio de carvão vegetal, sem a necessidade de utilizar combustíveis fósseis.

Com base em todas essas possibilidades já disponíveis e em desenvolvimento, o powershoring pode ser o pontapé da neoindustrialização a partir da:
• atração de plantas industriais que buscam a economia verde;
• atração de novos investimentos em energias renováveis e hidrogênio de baixo carbono;
• formação de um hub global de produção de equipamentos, serviços e manutenção de energias renováveis e hidrogênio de baixo carbono;
• e a atração de investimentos que miram a agenda de biocombustíveis e novas tecnologias.

Assim, o desenvolvimento do powershoring pode ser uma forma de atrair novos negócios de diferentes setores industriais e de serviços, financeiros e não financeiros, com possibilidade de fomentar a economia dos países que integram América Latina e Caribe.

O powershoring ainda permitirá o amadurecimento do mercado regulado de carbono no Brasil, uma vez que as plantas com a pegada verde poderão negociar créditos com os setores mais energointensivos.

Outros neologismos de arranjos de produção

• nearshoring: expressão usada para se referir à estratégia das empresas de levar a produção para mais próximo dos mercados onde os produtos serão vendidos;
• friendshoring: prática de realocar cadeias de suprimentos para nações amigas ou países onde é baixo o risco de interrupção do fornecimento por motivos de instabilidade política
• reshoring: estratégia em que uma empresa transfere as fábricas e operações de produção para seu país de origem;
• e, finalmente, o powershoring.

Por Ascom/BNB


Siga A IMPRENSA ONLINE no InstagramFacebookTwitter e YouTube e aproveite para se logar e deixar aqui abaixo o seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *