Desvendando a Moeda Digital do Banco Central

Drex

Em fase de validação, a novidade desperta questionamentos entre os cidadãos. Especialista em contabilidade e finanças esclarece as principais dúvidas

Foto: freepik

O Banco Central está se preparando para lançar sua versão de moeda digital, batizada de Drex, com previsão de disponibilidade para uma fase experimental no final de 2024. O protótipo dessa nova moeda está passando por testes em colaboração com bancos e instituições financeiras, levantando questionamentos sobre suas funcionalidades e operação.

O anúncio dessa inovação ocorreu nesta semana e já despertou a curiosidade de muitos brasileiros, ao mesmo tempo que gerou muitas dúvidas. Nesse contexto, o professor e pesquisador da área de Contabilidade e Finanças da Estácio de Vitória, Joaquim Francisco de Oliveira Neto, Mestre em Administração e Contador, esclareceu de maneira simples as principais questões.

Drex: O que é e como funciona?

O especialista explica que o Drex é uma versão digital da moeda brasileira, o real (R$), com recursos programáveis. “Como o real convencional, ele pode ser convertido em outras formas de pagamento para uso em transações cotidianas”, sinaliza. A sigla Drex é composta pelas referências à sua natureza digital, eletrônica e moderna, além de fazer eco à última letra de “Pix”, o sistema de transferência instantânea (Digital; Real; Eletrônico; X, representa modernidade e conexão). A tecnologia subjacente, chamada Distributed Ledger Technology (DLT), funciona como uma blockchain descentralizada, garantindo transparência e segurança nas transações.

Testes e Implementação

Os testes do projeto piloto do Real Digital tiveram início em março deste ano, conduzidos em parceria com bancos e consórcios. Nesta fase experimental, estão sendo realizadas simulações de emissão, negociação, transferência e resgate da moeda. Participam do teste, que possui previsão de continuidade até março do próximo ano, 16 instituições, incluindo Bradesco, Itaú, Nubank, Santander e Banco do Brasil.

Valor e Utilização

“Um Drex será equivalente a R$1, embora as moedas sejam tratadas separadamente. Para convertê-las, será necessário passar por um processo de “tokenização”, permitindo seu uso para pagamentos, investimentos e até mesmo aquisição de bens como automóveis e imóveis.”, esclarece o Contador e professor da faculdade Estácio, em Vitória.

Drex e Pix: Primos com Diferenças Claras

Apesar das comparações, o Pix e o Drex possuem finalidades distintas. O contador Joaquim explica que enquanto o Pix oferece transferências e pagamentos instantâneos, o Drex é uma moeda digital utilizada em serviços financeiros pré-programados. “Vale ressaltar também que o Drex não é uma criptomoeda, diferenciando-se por ser regulamentado pelo Banco Central e mantendo uma paridade de 1 para 1 com o real”, pontua.

Considerações sobre custos

“O uso do Drex poderá acarretar custos para os consumidores, uma vez que estará associado a serviços financeiros”, alerta o professor. Os detalhes exatos das tarifas ainda não foram divulgados, mas espera-se que os custos operacionais e os lucros das empresas que oferecem esses serviços estejam envolvidos.

“O lançamento do Drex marca uma nova era na forma como as transações financeiras são conduzidas no Brasil, trazendo consigo uma série de implicações que podem impactar profundamente a maneira como interagimos com o dinheiro e realizamos transações no futuro”, finaliza o Contador e Mestre em Administração Joaquim Francisco de Oliveira Neto, professor e pesquisador na área de Contabilidade e Finanças da Faculdade Estácio, em Vitória.

Por Paula de Paula | P6 Comunicação


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