Fazer musculação pode ajudar a controlar a Síndrome dos Ovários Policísticos

 Ginecologista explica que alimentação saudável e atividade física regular são as principais medidas de controle da SOP

A ginecologista e obstetra da Unimed Vitória Anna Carolina Bimbato | Foto: Divulgação

 A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das doenças endocrinológicas mais comuns entre as mulheres. O problema não tem cura, mas pode ser controlado e, para isso, a melhora da qualidade de vida, com boa alimentação e prática de atividades físicas é um ponto fundamental. É nesse contexto que a musculação pode desempenhar um papel importante na saúde de mulheres que sofrem com os sintomas da SOP.  

 “Além de melhorar alimentação, a mulher com SOP precisa praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana. E a principal atividade é a musculação. É na gordura que ocorre a transformação de vários hormônios, então, se a mulher tem uma composição corporal com mais gordura, ela terá uma irregularidade hormonal maior. Por isso, é preciso aumentar a massa magra”, explica a ginecologista e obstetra da Unimed Vitória, na capital do Espírito Santo, Anna Carolina Bimbato.  

Ainda segundo a especialista, a SOP é um fator de risco para doenças cardiovasculares e diabetes, além de câncer de mama e de endométrio. “Às vezes as mulheres querem uma solução para um problema imediato, mas temos que pensar nos riscos da SOP à longo prazo. Esta é a principal razão para investir na mudança do estilo de vida”, pontua.  

 Sintomas e diagnóstico

 A SOP é uma alteração hormonal metabólica com a qual as mulheres já nascem, em que ocorre o desbalanço da produção dos hormônios, com aumento da produção de hormônios masculinos. De acordo com Anna Carolina Bimbato, a síndrome é caracterizada por um conjunto de sintomas.  

“Os mais comuns são pele mais oleosa, acne, queda de cabelo, áreas escurecidas no pescoço e na virilha, resistência insulínica e irregularidade menstrual ou ausência de menstruação”, elenca a médica.  

 A ginecologista e obstetra pontua também que a irregularidade menstrual e até mesmo a presença de cistos no ovário, embora sejam sintomas, não são suficientes para o diagnóstico da SOP, especialmente quando ocorrem na adolescência, no começo da vida fértil da mulher.  

 “Temos que esperar pelo menos três anos após o início da vida fértil para fazer um diagnóstico porque é normal que a menstruação seja irregular nos primeiros anos da vida menstrual”, destaca.  

 Anna Carolina também pontua que outras condições podem ser confundidas com a Síndrome dos Ovários Policísticos por possuírem sintomas semelhantes. “Por isso é tão importante a avaliação de um especialista. Precisamos excluir as doenças que parecem com a SOP. Por exemplo, o aumento da prolactina, que também pode gerar ausência de menstruação, e doenças da tireoide. Nós temos que analisar os critérios clínicos e os exames”.  

Anticoncepcional e gravidez

 A SOP é uma das doenças que mais atrapalham a fertilidade das mulheres, já que, por causa da síndrome, pode haver ciclos sem ovulação. Conforme explica Anna Carolina Bimbato, já na gravidez, os principais riscos são o diabetes gestacional e a hipertensão. “É por isso que mulheres com SOP devem ter um acompanhamento pré-natal diferenciado. Novamente, é importante lembrar que os pilares do tratamento são a alimentação equilibrada e os exercícios físicos”.  

Para as mulheres que não pretendem engravidar, o anticoncepcional pode ser utilizado no tratamento. “Mas é importante lembrar que ele é um tratamento adjuvante. Ele ajuda a controlar alguns dos sintomas, como oleosidade da pele, acne, irregularidade menstrual, queda de cabelo. Tudo isso vai depender das queixas e da condição de saúde de cada mulher. É sempre um tratamento individualizado”.  

 A médica ainda esclarece: “Enquanto está usando o anticoncepcional, a mulher não pode dosar hormônios e fazer ultrassom para avaliar a SOP porque o medicamento faz com que os sintomas sumam, mas isso não significa que está tudo bem. É preciso parar com o anticoncepcional para avaliar. Converse com o seu médico”.  

Por Maíra Mendonça


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