Suzano investe R$ 800 mil em comunidades quilombolas do Norte do ES

Recurso financeiro será utilizado no apoio a projetos de geração de renda dentro das comunidades

Iguarias produzidas por mulheres de Córrego do Sertão são vendidas em feiras livres de Conceição da Barra | Foto: Divulgação

A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, está apoiando projetos de geração de renda em oito comunidades quilombolas do Norte do Espírito Santo, por meio da doação de cartões ticket no valor de R$ 50 mil. Até o final do projeto, o investimento total será de R$ 800 mil em comunidades de São Mateus, Conceição da Barra e Jaguaré.

“Muitas famílias quilombolas do Norte do Estado vivem da coleta de resíduos das plantações de eucalipto da Suzano, por meio do projeto Pontas e Galhos, no entanto, por conta da sazonalidade desse serviço e da diminuição dos ganhos, a Suzano desenvolveu uma estratégia de incubação de iniciativas de renda complementares para as famílias, chamada de Negócios Alternativos Pontas e Galhos”, explica Rafaela Satiro de Souza Cavalcanti, consultora de Desenvolvimento Social da Suzano.

Conforme Rafaela, os projetos foram construídos de forma coletiva com a comunidade, aproveitando as potencialidades de cada localidade. Após a elaboração e aprovação dos projetos, a Suzano viabilizou a doação dos cartões ticket, no valor de R$ 50 mil cada, a fim de por os projetos em prática. A doação dos cartões ocorreu nos dias 4 e 5 de setembro.

“Assim que as comunidades começarem a desenvolver os projetos e a gente fizer a avaliação do processo de implementação, elas vão receber uma bonificação de mais R$ 50 mil, chegando assim a um total de R$ 100 mil para cada comunidade. Nós vamos acompanhar de forma presencial, por meio de reuniões quinzenais, dando apoio na construção do cronograma e planos de ação”, explica.

Em São Mateus, o projeto contempla as comunidades Santa Luzia e São Jorge. Em Conceição da Barra, o projeto beneficia a Cooperativa de Roda D’Água e Morro da Onça (Cootraq), e as comunidades São Domingos, Córrego do Sertão e Angelim III. Já em Jaguaré, foram contempladas as comunidades Rio do Sul e Palmito.

Apoio para a produção de farinha e beiju

Farinheiras serão reformadas com recurso do projeto da Suzano | Foto: Divulgação

Uma das comunidades beneficiadas é a Córrego do Sertão, que fica no distrito de Braço do Rio, em Conceição da Barra. Na localidade, o recurso será utilizado no projeto Mulheres em Ação, que incentiva a produção de farinha e beiju pelas farinheiras do quilombo.

“O projeto beneficia 6 mulheres, que produzem o beiju e a farinha para ajudar no sustento de suas famílias. Hoje algumas mulheres trabalham de forma quase precária, mas o recurso vai auxiliar na melhoria das condições de trabalho”, afirma a presidente da Associação de Agricultores Familiares do Córrego do Sertão (AAFCS), Osvaldir de Souza, de 54 anos.

Na comunidade, algumas farinheiras ainda funcionam como há dezenas de anos, com fornos a lenha em construções de estuque. O recurso será utilizado para a reforma estrutural das farinheiras, além da compra de insumos e equipamentos como fornos, chapas e raladores. “Nós já começamos a utilizar o recurso, identificamos a necessidade de cada mulher e estamos adquirindo os equipamentos que cada uma precisa para trabalhar”, ressalta Osvaldir.

Atualmente, as iguarias produzidas pelas mulheres da comunidade são comercializadas em feiras livres de Braço do Rio e Conceição da Barra, e também em escolas, creches e de porta em porta.

Cozinha Industrial

Antônio Jorge dos Santos, presidente da Cootraq | Foto: Divulgação

A Cooperativa de Roda D’Água e Morro da Onça (Cootraq), em Conceição da Barra, desenvolveu o projeto de construção de uma Cozinha Industrial, com o objetivo de incrementar a renda das famílias locais. Com o cartão de R$ 50 mil, a cooperativa vai realizar a obra e comprar equipamentos como geladeira, forno, fogão, congelador, mesa, dentre outros.

Segundo o presidente da cooperativa, Antônio Jorge dos Santos, seis mulheres vão trabalhar na cozinha para a produção de marmitas, que serão vendidas para empresas da região. “Como a maior parte dos homens daqui trabalham com a silvicultura, a idéia é que as mulheres tenham a cozinha para contribuir com a renda das famílias. Já contratamos o projeto de engenharia e, assim que ficar pronto, iniciaremos a construção”, comemora.

Por Edson Sodré | P6 Comunicação


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